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10 dicas de como a família pode ajudar o Borderline
Juliana Blaser
24 de março de 2023
1 Ajude seu familiar a buscar terapia. Pode ser que ele encontre obstáculos para isso. Ajude-o a superar esses obstáculos (ele pode não conseguir fazer isso sozinho). Pode ser, inclusive, que a pessoa já esteja descrente da terapia. Aqui em nosso blog você encontra alguns materiais que podem ajudar a respeito disso.
2. Conheça os gatilhos de crise. Ajude seu familiar a reconhecer os gatilhos de crise e a tentar evitá-los. Se o gatilho diz respeito a você, tente negociar o que você poderia mudar nos seus comportamentos.
3. Conheça o plano de crise. Quando o Border está na terapia certa, ele vai ter um plano de crise. Ajude-o a colocar em prática nos momentos de crise. Você também pode conversar com ele sobre quais atitudes suas ajudariam mais nesse momento.
4. Não critique: Ninguém se julga mais duramente do que o Borderline e críticas podem ser um gatilho severo de crises. Isso não significa que você não vai falar mais nada. Significa apenas que deve vigiar COMO vai falar. Frases que contêm adjetivos pejorativos ou que instauram culpa são muito danosas. Prefira falar com o tom de voz normal, descrevendo o comportamento que você não gostou e explicando como você se sente com aquele comportamento. Abra espaço para que a pessoa também fale sobre a sua perspectiva do problema e discutam uma solução que atenda a todos.
5. Demonstre afeto: O Borderline precisa se sentir amado e acolhido. Converse com o seu familiar e compreenda quais os tipos de demonstração de afeto que são mais importantes para ele. Isso não significa – Não MESMO – que você deve atender a todas as demandas da pessoa (que são muitas). Mas quando estiver com ela, faça isso com qualidade. Demontrações de afeto genuínas trazem segurança e fazem inclusive com que as cobranças diminuam.
6. Confie no Border: O Borderline não costuma confiar em si mesmo e tende a se achar incapaz de tudo e é muito comum que Por outro demande das pessoas que estão a sua volta que façam “tudo” por ele. Encontrem juntos o que seu familiar é capaz de fazer. Se ele “não sabe fazer nada” ou acha que não sabe fazer coisas que parecem muito simples, ensine-o com amor, mas o deixe fazer. E o mais importante, demonstre que você confia nele! Demonstre a sua confiança na sua capacidade de conseguir fazer as coisas.
7. É muito drama: Familiares de pacientes Border muitas vezes se cansam “de tanto drama” e param de dar ouvidos a eles. Sabemos que é difícil, mas quando a pessoa estiver vivenciando uma emoção desproporcional a ajude: 1. a reconhecer a emoção e 2. a colocá-la em perspectiva, ou seja, ajude-a literalmente a fazer um comparativo de outras situações em que uma emoção similar foi sentida e compare a gravidade de cada uma. Por exemplo, se a pessoa está com medo, lembrem-se da situação mais ameaçadora que ela já viveu na vida. Atribua a essa situação a nota 10. Comparado com essa situação, o quanto de ameaça você está passando hoje?
8. Ouça: Por mais difícil que pareça o Border tem sim seus motivos para se sentir da maneira que se sente (aparentemente desproporcional). Tente ouvir os seus motivos. Se discordar, aponte a discordância de forma carinhosa ou simplesmente acolha. Muitas vezes ele só precisa ser ouvido.
9. Nem sempre é manipulação: Por mais que pareça, tenha em mente que nem todo comportamento do Border é para manipular. Ele está verdadeiramente sofrendo muitas vezes. Sente uma culpa intensa, sofre desesperadamente quando acha que será abandonado, sente-se julgado e avaliado negativamente o tempo todo e dói-se com isso, experimenta uma enorme ansiedade frente às coisas que é cobrado, mas não se sente capaz de fazer…
10. AME: O Border mais do que ninguém percebe quando é amado genuinamente. Ele busca alguém que se importe com ele, que o compreenda, aceite como ele é e o acolha. E saiba isso: é muito diferente de fazer tudo o que ele quer… O que ele busca são demonstrações de afeto genuínas, alguém que tente compreender os seus motivos e seus sentimentos, que confie na sua capacidade e que o ajude a se regular.