Nosso blog
Procrastinação
Juliana Blaser
3 de setembro de 2019
Eu procrastino, tu procrastinas e ele procrastina?
Por Dra. Francesca Stephan – Psicóloga Clínica do Espaço Clínico Cogitus
Estudar não é fácil! Nem sempre isso fica evidente para estudantes, familiares e instituições de ensino, mas o hábito de estudar é uma tarefa complexa que envolve habilidades específicas. No ato de estudar estão envolvidos processos de atenção, concentração e de autorregulação emocional do estudante e a negligência no aprendizado dessas habilidades tem gerado dificuldades ao longo da história acadêmica e de trabalho.
A procrastinação é uma dificuldade comum que tem levado muitos estudantes a procurarem acompanhamento psicológico. Ela refere-se ao atraso irracional e desnecessário de uma tarefa ou tomada de decisão, atraso esse que vem acompanhado de desconforto psicológico ou emoção negativa. Aquele que procrastina não só desorganiza seus afazeres e responsabilidades pelo atraso na realização, mas principalmente se sente mal, culpado ou insatisfeito por seu comportamento.
Muita gente procrastina. Uma parte importante da população apresenta os comportamentos procrastinatórios, o que segundo os estudiosos da área representa cerca de 15 a 20 % da população geral. Mas entre os estudantes esses dados ficam mais alarmantes: estima-se que a procrastinação acadêmica ocorra com até 95% dos universitários! No Brasil, 65% dos universitários procrastinavam suas atividades acadêmicas ao menos uma vez por semana, e cerca de 50% dos universitários procrastinam de modo problemático. A procrastinação é um comportamento considerado difícil de ser modificado porque fornece conforto temporário diante de tarefas que geram demandas e responsabilidades nem sempre prazerosas.
A psicoterapia auxilia o estudante a criar estratégias de enfrentamento da procrastinação. A intervenção é individualizada e juntos, psicólogo e estudante, vão trabalhar no entendimento das dificuldades enfrentadas. De forma geral, o trabalho psicoterapêutico inicia-se com aspectos de autoconhecimento e psicoeducação sobre o comportamento procrastinatório. É importante também a identificação e questionamento dos pensamentos sabotadores, assim como o auxílio ao estudante no engajamento à tarefa procrastinada e por onde começar a realizá-la. Um trabalho também muito importante é o de regulação emocional: ao invés de evitar as tarefas, é importante ajudar o estudante e aprender com elas, entendê-las e enfrentá-las.
Então, começa logo a enfrentar sua procrastinação! Corre e marque sua sessão com os psicólogos experientes do Espaço Clínico Cogitus!
Referências Bibliográficas:
Brito, F. S., & Bakos, D. D. S. (2013). Procrastinação e terapia cognitivocomportamental: uma revisão integrativa. Revista Brasileira de Terapias Cognitivas, 9(1), 34-41.
Fortes, A. B., & Barbosa, M. (2018). O modelo cognitivo-comportamental da procrastinação acadêmica: uma revisão da literatura. Revista Brasileira de Psicoterapia, Porto Alegre, 20(1), 61-67.
Geara, G. B., Filho, N. H., & Teixeira, M. A. P. (2017). Construção da escala de motivos da procrastinação acadêmica. Revista Psico. Porto Alegre. 48(2), 140-151.
Reinecke, M. A., Dattilio, F. M., & Freeman, A. (2009). Terapia Cognitiva com crianças e adolescentes. São Paulo: Livraria Médica Paulista.